Foto de uma comida típica do Pará, o tacaca com camarão.
Culinária Regional

Descubra as autênticas e deliciosas comidas típicas do Pará

Nem só de tomar um tacacá vivem os paraenses. Com um cardápio cheio de iguarias, as deliciosas comidas típicas do Pará fazem sucesso dentro e fora do estado.

Depois da música da Joelma o tacacá virou um dos assuntos mais pesquisados do Google, mas, como muitos já sabem, não é só o tacacá que compõe o cardápio de comidas típicas do Pará e de toda a região Norte.

Nesse texto vamos explorar sabores muito característicos dessa região que é rica em peixes de rio, e utiliza muitas plantas e frutos na sua culinária. E vamos deixar você salivando com as receitinhas típicas do estado!

Conhecendo o estado do Pará e suas comidas típicas

O Pará, é um dos estados que compõem a região Norte, fica localizado muito próximo à Amazônia. Sua cultura, inclusive a alimentar, foi muito influenciada pelos índios, portugueses e pelos escravos africanos que foram trazidos ao Brasil. Por ser um estado cheio de rios, seus pratos são compostos por diversos peixes e crustáceos de águas doces, o que o torna tão diferenciado e sua gastronomia rica e saborosa.

Quais são as comidas típicas do Pará?

São muitos os pratos com nomes de origem indígena, como o próprio tacacá, que é uma espécie de mingau à base de goma de tapioca, tucupi e camarões. O pato no tucupi também já foi musicado e é há muitos anos um dos principais pratos paraenses. Assim como a versão salgada – e original – do açaí, muito diferente da consumida nas regiões sul e sudeste. 

Já a maniçoba é um prato bastante consumido pelos nativos, e é de preparo demorado, já que é preciso retirar o “veneno” da folha da maniva, que é a planta da mandioca em cozimento de pelo menos quatro dias. Feito com muitas carnes, e miúdos de porco e boi. Ligeiramente diferente do baiano, o caruru paraense faz sucesso entre os turistas, e é bastante consumido, pois seus ingredientes são diferenciados entre si, mas juntos formam uma explosão de sabores, como o quiabo, camarões, alfavaca e dendê. 

O que não falta na mesa de nenhum paraense é uma cuscuzeira fumegante cheia de cuscuz que é consumido principalmente no café da manhã, a versão feita com farinha de milho e salgada pode acompanhar queijos e ovos. Na parte de sobremesas, elas são em sua maioria originárias dos frutos amazônicos, mas também utilizam mandioca e seus derivados como base para bolos, roscas, mingaus e cremes.

Açaí: um ingrediente típico na culinária paraense

O fruto do açaizeiro faz sucesso por todo o país, mas em versões completamente diferentes dependendo da região em que vai prová-lo. No caso da região norte, no Pará especificamente, o açaí é servido salgado, como complemento de peixes e camarão, servido misturado com farinha d’água, ou gelado com tapioca ou farinha de mandioca. Dizem que esse é o açaí original, bem diferente das versões geladas batidas com guaraná natural, banana, morango, e toppings bem açucarados encontradas no sul e sudeste do país.

Tacacá – A iguaria mais famosa do Pará

Realmente o tacacá ganhou fama internacional de algum tempo para cá, graças a música da também paraense Joelma, e se tornou o prato mais conhecido do Pará e região norte. O prato é um tipo de sopa, servido na cuia de tacacá, uma espécie de cabaça de origem indígena, e se você quer testar, segue a receita abaixo:

Ingredientes:

  • 4 folhas de chicória
  • 4 dentes de alho amassados
  • 3 pimentas de cheiro
  • 2 maços de jambu
  • 1 e 1/2 xícara de chá de polvilho azedo ou goma de mandioca
  • 500gr de camarão seco salgado
  • 2 litros de tucupi
  • 4 xícaras de chá de água
  • Sal a gosto

Preparo

Numa panela de barro (se possível) junte o alho, o tucupi, chicória, pimentas e sal, e leve ao fogo até ferver, e então tampe a panela, baixe o fogo e cozinhe por cerca de 30 minutos.

Cozinhe o jambu em outra panela até que fique macio, então escorra bem e reserve.

Depois de lavar os camarões, cozinhe com a água por cerca de 5 minutos, escorra e guarde a água do cozimento. retire cabeças e cascas dos camarões.

Numa panela ponha o polvilho e a água do cozimento dos camarões, e leve ao fogo, mexendo até obter um mingau. Em seguida sirva na cuia de tacacá o mingau, uma concha de tucupi, um pouco do jambu e camarões. Tudo bem quente, e se for do seu gosto, regue com pimenta feita com tucupi.

Maniçoba: uma delícia típica do Pará

Um dos pratos que formam a tríade culinária paraense, a maniçoba dá bastante energia e é muito consumida em Belém e no restante do estado. Tem como base a mandioca, uma das grandes potências da região norte, largamente consumida e preparada das mais diversas formas. Vamos testar esse prato rico e cheio de sabores?

Ingredientes:

  • 1,5 kg de maniva cozida por pelo menos 4 dias para tirar seu veneno
  • 6 folhas de louro
  • 1kg de toucinho
  • 1kg de linguiça calabres
  • 500 gr de charque já dessalgado
  • 500 gr de paio
  • 500 gr de carne de porco assada previamente
  • 500 gr de bacon
  • 1 kg de costelinha de porco defumada

Preparo

Numa panela ferva a maniva com o ouro e bastante água, enquanto em outra panela escalde o toucinho por duas vezes. Junte a maniva ao toucinho e deixe cozinhar até que ele se despedace. Quando a maniva ficar mais escura, junte metade do bacon e do chouriços em pedaços grandes. 

Corte a calabresa, o paio e o restante do chouriço em rodelas, o bacon em cubos, a carne de porco em pedaços e o charque já escaldado em pedaços.

Misture as carnes a maniva e deixe que escureça totalmente, até a maniçoba ficar preta e encorpada.

Sirva com arroz escorrido e pimenta de cheiro. 

Pato no tucupi: uma combinação incrível 

Para finalizar esse componente dos três mais conhecidos pratos da culinária paraense, o pato é um ingrediente bastante comum, dada a proximidade com a floresta. Assim como o tucupi, usado em diversos preparos, é muito comum em mercados e feiras, principalmente no ver-o-peso, famoso mercado municipal de Belém. Vamos a receita!

Ingredientes:

  • 3 kg de pato (um pato inteiro pesa aproximadamente isso)
  • 2 cebolas picadas
  • 10 dentes de alho
  • 2 tomates
  • 5 maços de jambú
  • 1 maço de chicória
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 3 litros de tucupi
  • 2 limões
  • 2 colheres de azeite
  • sal e pimenta do reino a gosto
  • Pimenta de cheiro que baste

Preparo

Na véspera de preparar o prato, deixe o pato em água corrente por uns 5 minutos, e lave-o na sequência com folhas de chicória e limão. Junte ao pato 3 dentes de alho amassados, sal e pimenta do reino, cubra com papel alumínio, deixando na geladeira até o dia seguinte.

No dia seguinte tire o pato da geladeira e corte-o em pedaços. 

Aqueça uma panela com o azeite e a manteiga, acrescente a cebola, 4 dentes de alho e os tomates picados. Refogue bem até a cebola dourar. Sele os pedaços de pato, e após isso, despeje o pato e o refogado em um refratário, e leve ao forno pré aquecido a 200º por aproximadamente 1 hora, que é quando o pato ficará dourado e macio. 

Enquanto o pato estiver no forno, ferva o tucupi com sal e os últimos 3 dentes de alho inteiros e a chicória. 

Retire as flores do jambu e lave-o em água fria, ferva em água e sal até que fique macio. Junte o jambu escorrido ao tucupi quente e acrescente a pimenta de cheiro macerada.

Quando o pato estiver macio e corado, junte ao tucupi na panela, ferva e sirva bem quente.

O encanto da cultura paraense

O estado do Pará é cheio de sincretismos, lendas, uma culinária excepcional, paisagens paradisíacas, muita cultura e um povo extremamente hospitaleiro.

Essa mistura de indios, negros e protugueses trouxe uma pitada de tempero aos costumes e tradições do local. O carimbó é derivado dessa mistura entre africanos e indígenas e virou a marca registrada do Pará, onde se encontra muito facilmente rodas de mulheres com longas e coloridas saias executando seus passos e rodopios.

Também tem o Círio de Nazaré que é uma festa que alcançou fama internacional e atrai gente do mundo todo numa demonstração de fé. Todos os anos, no segundo domingo de outubro é feita uma procissão que acompanha a imagem da Nossa Senhora de Nazaré de sua Basílica até a Praça Santuário de Nazaré. A procissão teve início em 8 de setembro de 1793, e a cada ano o número de participantes cresce. 

A imagem é acompanhada por pedestres, motociclistas, barcos, cavaleiros e carros oficiais e puxada por uma corda de 400 metros, que é uma espécie de símbolo da romaria, e que faz com que os fiéis e devotos queiram segurá-la durante o percurso com o intuito de alcançar graças.

Misturado a isso tudo, existe uma forte influência da cultura dos índios, e muitos nomes de locais, comidas e produtos são de origem indígena. O estado é cheio de rios, ideal para quem pratica pesca, e um paraíso para os amantes de gastronomia. Uma visita imperdível!

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